A Nintendo se viu no centro de uma controvérsia em 2014 após críticas sobre a ausência de relacionamentos homoafetivos em Tomodachi Life, um jogo social lançado para Nintendo 3DS. O título simula situações cotidianas com avatares personalizáveis — os Miis — e permite que eles formem amizades, se apaixonem, casem e até tenham filhos. No entanto, essa mecânica estava limitada a casais heterossexuais, o que gerou forte reação por parte do público e da mídia.
A polêmica começou após relatos de jogadores da versão japonesa do jogo descobrirem um bug que, acidentalmente, permitia casamentos entre personagens do mesmo sexo. Em vez de manter a funcionalidade ou transformá-la oficialmente em uma opção, a Nintendo optou por lançar um patch que “corrigia” o erro e impediu que isso fosse replicado nas versões ocidentais — o que inflamou ainda mais o debate.
Com a crescente pressão vinda de campanhas nas redes sociais e coberturas de sites internacionais, a Nintendo emitiu um comunicado oficial se desculpando com os jogadores LGBT e com aqueles que se sentiram excluídos pelo design do jogo.
“Nós pedimos desculpas por desapontar tantas pessoas ao não incluir relacionamentos do mesmo sexo em Tomodachi Life. Infelizmente, não nos é possível mudar essa parte do jogo, e uma mudança tão significativa no desenvolvimento não pode ser feita através de um patch de atualização.
Na Nintendo, nossa dedicação sempre foi tentar ir além nos jogos para promover o senso de comunidade e compartilhar o espírito da diversão. Estamos comprometidos em avançar com nossos valores de longa data de diversão e entretenimento para todos.
Nós garantimos que, se criarmos um próximo jogo na série Tomodachi, iremos nos esforçar para fazer uma experiência desde o princípio que seja mais inclusiva e represente todos os nossos jogadores.”
O pedido de desculpas, embora bem-vindo por parte de muitos, foi criticado por outros que consideraram a justificativa técnica insuficiente. Ainda assim, o compromisso de buscar maior representatividade em futuros projetos da franquia foi interpretado como um sinal de progresso, especialmente em uma empresa japonesa tradicionalmente mais conservadora em temas sociais.
A situação colocou a Nintendo sob os holofotes de discussões sobre diversidade e inclusão no universo dos videogames. E mesmo sendo fruto de um erro técnico, o bug original acabou revelando uma demanda clara por representações mais amplas dentro de jogos com proposta social e de simulação.
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